sábado, 30 de maio de 2009

Ponteiro dos Séculos







I
Badala

O som metálico
sepulcro do relógio

Dim...Dom...
Dim…Dom…

Um átomo que repousa sobre a ruga
A fronte que alveja silenciosa
O cortejo funebre celular

Tic…tac…tic…tac…

Badala

O véu senil que repousa sobre as coisas
A paixão da gravidade
Numa fruta que desfacela
No albúm que amarela
A erosão se aprimora

Badala

Os sinos nos campos da memória
De tempos tenros idos
A prece, a beleza e a infância
De todos os sentidos
De simplesmente ser
Um relógio derretido

Badala

O desperta-dor tremula sob a cômoda alma

Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnn !!!!!!!!!!

II

Triiiiiinnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn !!!!!!

Desperto como um gigante vivo
Atravessando desertos revoltos
Dentro da ampulheta
Por céus desmoronados e infernos soterrados
Fecundando a cada instante

Badala

Sentado no ponteiro dos séculos
Meu cabelo cria lôdo
Meu peito se enferruja
Amanheço o fio do meu novelo

Badala

Dim…Dom…
Dim…Dom…
Dim…Dom…

Tic…tac…tic…
Tic…tac….tic…
Tic…tac…tic…
Tic…tac…tic…

No ponteiro dos séculos
Fiz minha morada
Alinho meu tempo ao que contemplo
Astros e auroras do pensamento
Passo tardes a fio
Me melando de eternidades.


Por Samuel Brandão

domingo, 17 de maio de 2009

primeirapostagem

olá, a partir de agora você vai se emocionar e saborear visceralmente um ataque fulminante de palavras, sons e nadismos tóxicos, gordurosos, cancerígenos, nojentos para as artérias de seu coração apaixonado. Pu-tri-do. Seja bem vindo!