quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Circunscrito


Respeitável público!

O poeta é um palhaço
Nesse circo que pega fogo
O poeta é um palhaço
Que faz graça para o povo

O poeta é um domador
Armodaça lobos
Inclusive
O lobo do lobo do lobo
Se esconde dentro de bocas
Cheia de dentes

Arrebata do público
A aflição do acaso
Entre os bestas e as feras
Preconiza suas quimeras
Depois de toda aflição, vem a graça

Respeitável público!

O poeta é um malabarista
Brinca com espadas, cospe fogo
O poeta é um malabarista
Fazendo de espirais o seu jogo

Arrebata do público
A tensão e o perigo
Em sua dança com a morte
Dentro da palavra
Corre todos os riscos
Depois de toda tensão, vem a graça

Senhoras e senhores!

O poeta é um acrobata
Está sempre por um fio
O poeta é um acrobata
Zomba com seu equilíbrio

Vagueia sem asa pelo céu
Rodopia e se precipita ao infinito
Brinca trôpego pelo fio
Ahh!!! Poetinha arredio

Arrebata do público
A vertigem, o medo do infinito
Todos gritam extasiados
A cada pulo, a cada salto
Depois de toda vertigem, vem a graça

Senhoras e senhores!
O poeta é um palhaço
Nesse circo que pega fogo
O poeta é um palhaço
Que faz graça para o povo

Mas tem quem ache
Que isso tudo é palhaçada
Mas não tem nada, o poeta acha a graça

Uma salva de palmas!

No Espelho


Teseu

Teceu a glória

Por um fio

Por um triz


No labirinto

Matou o mito

Por um fio

Por um triz


Teseu

Teceu a glória

Ouviu o grito

E não temeu


Teseu

Teceu a glória

No labirinto

Matou o mito

Com a espada

De espelho


Teseu

Teceu a glória

Teseu

Teceu a história


Por um fio

Por um triz

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Nado


Para aprender a voar

é preciso

primeiro nadar

Encher o bolso de nadas!