quarta-feira, 2 de abril de 2014


Quintal

O quintal desferrolhado de tardes
Sorria naquele dia
Um riso de varal
A velha que fez
O quinto do céu
Do menino inteiramente
Que via os passarinhos descendo ao chão
Comendo farelos de tempo
Vez em quando um chumaço cheio de azul
Despejava no quintal
O perfume azul nunca mais sairia
O menino gostava dos processos
Da ingravidade do verde
Do silêncio escorrido entre silvos
De nada é feito o ninho
Mas o que mais gostava
Era das dimensões insetais
O aqui, o ali e acolá da axila de uma árvore
Das telhas esquecidas onde o tempo ficava empossado
Fazia inveja o acolá dentro do olho de um pássaro
De cima da antena 

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